quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
Encantamento
há uma palavra mágica que se diz. essa palavra
é sempre diferente. montanha, precipício, brilho.
essa palavra pode ser um olhar. a voz. um olhar.
essa palavra pode ser o espaço de silêncio onde
não se disse uma palavra. brilho, , montanha.
essa palavra pode ser uma palavra ,qualquer palavra.
há uma palavra mágica que se diz. há um momento.
depois dessa palavra, só depois dessa palavra,
pode começar o amor.
José Luis Peixoto
é sempre diferente. montanha, precipício, brilho.
essa palavra pode ser um olhar. a voz. um olhar.
essa palavra pode ser o espaço de silêncio onde
não se disse uma palavra. brilho, , montanha.
essa palavra pode ser uma palavra ,qualquer palavra.
há uma palavra mágica que se diz. há um momento.
depois dessa palavra, só depois dessa palavra,
pode começar o amor.
José Luis Peixoto
Se partires, não me abraces - a falésia que se encosta
uma vez ao ombro do mar quer ser barco para sempre
e sonha com viagens na pele salgada das ondas.
Quando me abraças, pulsa nas minhas veias a convulsão
das marés e uma canção desprende-se da espiral dos búzios;
mas o meu sorriso tem o tamanho do medo de te perder,
porque o ar que respiras junto de mim é como um vento
a corrigir a rota do navio. Se partires, não me abraces -
o teu perfume preso à minha roupa é um lento veneno
nos dias sem ninguém - longe de ti, o corpo não faz
senão enumerar as próprias feridas (como a falésia conta
as embarcações perdidas nos gritos do mar); e o rosto
espia os espelhos à espera de que a dor desapareça.
Se me abraçares, não partas.
Maria do Rosário Pedreira
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
E ao anoitecer
E ao anoitecer adquires nome de ilha ou
de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança
de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência, o amor, o abandono das
palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia
Al Berto
de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança
de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência, o amor, o abandono das
palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia
Al Berto
Quantas pessoas caminham na
minha direcção? Quantas me
descobrem por entre a multidão
e pousam os seus olhos inteiros
nos meus olhos? Podia acreditar
que entre elas está o homem que
trocaria comigo os dedos sobre a
mesa, uma palavra que fosse gomo
de laranja e poema, o corpo aceso
sob o lençol cansado de mais um
dia. Mas quantos destes rostos de
pedra que me cercam escondem o
seu pelas ruas desta tarde? Quantos
nomes de acaso e de silêncio terei
eu de escutar para descobrir o seu
no meu ouvido? Quantas pessoas
caminham contra mim?
Maria do Rosário Pedreira
minha direcção? Quantas me
descobrem por entre a multidão
e pousam os seus olhos inteiros
nos meus olhos? Podia acreditar
que entre elas está o homem que
trocaria comigo os dedos sobre a
mesa, uma palavra que fosse gomo
de laranja e poema, o corpo aceso
sob o lençol cansado de mais um
dia. Mas quantos destes rostos de
pedra que me cercam escondem o
seu pelas ruas desta tarde? Quantos
nomes de acaso e de silêncio terei
eu de escutar para descobrir o seu
no meu ouvido? Quantas pessoas
caminham contra mim?
Maria do Rosário Pedreira
sexta-feira, 25 de julho de 2008
sábado, 12 de julho de 2008
O Anjo
O anjo que em meu redor passa e me espia
E cruel me combate, nesse dia
Veio sentar-se ao lado do meu leito
E embalou-me, cantando, no seu peito.
Ele que indiferente olha e me escuta
Sofrer, ou que feroz comigo luta,
Ele que me entregara à solidão,
Poisava a sua mão na minha mão.
E foi como se tudo extinguisse,
Como se o mundo inteiro se calasse,
E o meu ser liberto enfim florisse,
E um perfeito silêncio me embalasse.
Sophia de Mello Breyner Andrensen
E cruel me combate, nesse dia
Veio sentar-se ao lado do meu leito
E embalou-me, cantando, no seu peito.
Ele que indiferente olha e me escuta
Sofrer, ou que feroz comigo luta,
Ele que me entregara à solidão,
Poisava a sua mão na minha mão.
E foi como se tudo extinguisse,
Como se o mundo inteiro se calasse,
E o meu ser liberto enfim florisse,
E um perfeito silêncio me embalasse.
Sophia de Mello Breyner Andrensen
quarta-feira, 25 de junho de 2008
O beijo de Rodin
« No princípio, há dois corpos arrancados à pedra. Com esforço, com garra, com suor. Depois, o nosso olhar percorre-os e os corpos dão lugar a duas almas entrelançadas num abraço perpétuo, juras de amor eterno seladas com um intenso e apaixonado beijo.
São corpos com vida, que despertam o desejo, o erotismo, o amor!
Emoções que se sentem no ar, pois toda a composição em si transpira sensualidade, ao mesmo tempo tão terrena e tão etérea. E também tão reprimida, porque tão presa à pedra fria e inanimada. Talvez por isso olhemos os dois amantes e encontremos neles sentimentos tão contários como paixão e desepero. Paixão porque existem, estão ali, podem tocar-se e, quem sabe?, sonhar com o amor...»
São corpos com vida, que despertam o desejo, o erotismo, o amor!
Emoções que se sentem no ar, pois toda a composição em si transpira sensualidade, ao mesmo tempo tão terrena e tão etérea. E também tão reprimida, porque tão presa à pedra fria e inanimada. Talvez por isso olhemos os dois amantes e encontremos neles sentimentos tão contários como paixão e desepero. Paixão porque existem, estão ali, podem tocar-se e, quem sabe?, sonhar com o amor...»
O essencial é invisível para os olhos...
"...Só se vê com o coração.
Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
...Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que cativaste."
O Pricepezinho, Antoine De Saint-Exupéry
Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
...Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que cativaste."
O Pricepezinho, Antoine De Saint-Exupéry
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Instantes
A vida é mudança e por isso
nós todos mudamos e aprendemos
os bons momentos devem ser vividos com intensidade
e isso prolonga-os e torna-os eternos...
nós todos mudamos e aprendemos
os bons momentos devem ser vividos com intensidade
e isso prolonga-os e torna-os eternos...
quarta-feira, 18 de junho de 2008
domingo, 1 de junho de 2008
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Guardei tanto amor para ti
amor que chegou para dar
o que ninguém deu para ti
Deixa-me encontrar nesse azul
aquele que o mundo não vê.
E era tão forte a ilusão
que prendia o meu coração
As mentiras de amor que aprendi
para logo a seguir desaprender
e converter em harmonia
o que era, dantes, confusão e incerteza.
Sete Cidades
Cheiros intensos e inagualáveis
Não somho, sinto
Vista deslumbrante
Não sonho , vejo
Noites estreladas
Não sonho, vejo
Ficam memórias desses tempos
em que a luz não existia e a magia
das velas tornava as noites mágicas, misteriosas e românticas
Não somho, sinto
Vista deslumbrante
Não sonho , vejo
Noites estreladas
Não sonho, vejo
Ficam memórias desses tempos
em que a luz não existia e a magia
das velas tornava as noites mágicas, misteriosas e românticas
terça-feira, 20 de maio de 2008
"Amar-te é como crescer em ti
sentir a nova pele que na tua leveda
navegar-te o corpo sem rota
sem rumo.
abrir-me às águas dóceis
que da fonte do teu rosto brotam
na secreta descoberta de em ti ser.
nascer cada manhã nos teu olhos
braços de era que me cingem
lábios de orvalho que me acordam
a música das mãos no meu rosto.
amar-te é a fome insaciada
de te saber aqui
e ter saudades de amahã."
José Manuel Carreira Marques
" Que um dia encontres
nas tuas mãos
aquilo que procuras
para além de ti
Que um dis descubras
no silência da alma
o que esperas de ti mesmo
Porque metade é querer
e a outra parte é recusar
Que um dia
as metades do amor
de que és feito
se unam e não mais se separem
Porque metade de ti é querer
e a outra parte é recusar
Que um dia
alcances a plenitude
e a paz que mereces
Porque metade de ti é alegria
e a outra parte é tristeza
Uma metade de ti é a vida que te
abre os braços
e a outra parte de ti...és tu mesmo"
nas tuas mãos
aquilo que procuras
para além de ti
Que um dis descubras
no silência da alma
o que esperas de ti mesmo
Porque metade é querer
e a outra parte é recusar
Que um dia
as metades do amor
de que és feito
se unam e não mais se separem
Porque metade de ti é querer
e a outra parte é recusar
Que um dia
alcances a plenitude
e a paz que mereces
Porque metade de ti é alegria
e a outra parte é tristeza
Uma metade de ti é a vida que te
abre os braços
e a outra parte de ti...és tu mesmo"
terça-feira, 13 de maio de 2008
A coragem de ter coragem
« Existem mil formas de coragem, desde a mais espetacular à mais discreta. Há a coragem do momento e a coragem de uma vida inteira, a coragem de ousar e a coragem de renunciar, a coragem de falar e a de calar e por aí adiante. Seja como for ou tenha a forma que tiver, a coragem é sempre a força de alma que se revela (e nos revela) na adversidade. »
Crónica de Laurinda Alves em Coisas da Vida
Crónica de Laurinda Alves em Coisas da Vida
domingo, 13 de abril de 2008
Mãe natureza
quinta-feira, 10 de abril de 2008
domingo, 30 de março de 2008
Saber amar
Ah! como é bom saber amar alguém,
ter dentro de si aquele amor ardente,
amar com todo ardor que a alma consente
sem temer ser loucura, mal...ou bem.
Mas há quem se iluda, quem diga que ama...
frouxa luz de candeia que se apaga,
simples amor que esvoaça, que divaga,
deixa morrer no coração a chama.
Amor é tudo o que se dá feito ternura,
é ficar preso d´alguém sem amargura,
sem se sentir como ave em cativeiro.
É o encontro de paixões iguais...sentidas,
depois, duas almas numa só unidas,
duas vidas que se entregam por inteiro.
Maria Teodora
sexta-feira, 7 de março de 2008
«Corpo, não te lembres de quanto foste amado
Só; nem só dos leitos em que te deitaste;
mas também dos desejos que por ti
brilharam francamente nos olhares,
nas vozes palpitaram e que apenas
um acaso impediu e reduziu a nada.
Agora que ao passado já pertencem todos,
quase é como se tu, a tais desejos,
também te houveras dado - como eles brilharam,
lembra, nos olhos que se demoravam,
e como nas vozes palpitaram, lembra-te, por ti.»
Constantin Cavafy
Canção grata
«Por tudo o que me deste,
- inquietação, cuidado,
(um pouco de ternura? É certo, mas tão pouco!)
Noites de insónia, pelas ruas, como um louco...
- Obrigado! Obrigado!
Por aquela tão doce e tão breve ilusão,
Embora nunca mais, depois que a vi desfeita,
Eu volte a ser quem fui, sem ironia: aceita
A minha gratidão!
Que bem me faz, agora, o mal que me fizeste!
- Mais forte, mais sereno e livre, e descuidado...
Sem ironia, amor: -Obrigado, obrigado
Por tudo o que me deste!
Carlos Queiroz
O fundo do tunel
quarta-feira, 5 de março de 2008
Noite
domingo, 2 de março de 2008
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
O SORRISO
«Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.»
Eugénio de Andrade
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.»
Eugénio de Andrade
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Frase do dia!
" Beauty is how you feel inside, and it reflects in your eyes.
It is not something physical. "
Sophia Loren
It is not something physical. "
Sophia Loren
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Desejo
«Quando o meu desejo
se torna intenso de mais,
visto a roupa de dormir
virada do avesso,
escura casca da noite.»
Poema de Ono No Komachi
Velho costuma japonês de virar a roupa ao contrário para que se cumpra um desejo...
Esta noite vou fazer isso!
se torna intenso de mais,
visto a roupa de dormir
virada do avesso,
escura casca da noite.»
Poema de Ono No Komachi
Velho costuma japonês de virar a roupa ao contrário para que se cumpra um desejo...
Esta noite vou fazer isso!
Memórias
« Começa então a agonia, que não passa do balanço de uma consciência ora vazia ora cheia das marés da memória. Vão e vêm como o fluxo e o refluxo, trazendo, da mesma sorte que tinham levado, todas as provisões de imagens, todas as conchas da recordação, todos os búzios de todas as vozes ouvidas. Sobem, banham de novo as algas do coração, e aí temos todas as ternuras reanimadas.»
Cidadela de Antoine de Saint-Exupéry
Imagem de René Magritte
«O corpo da pomba está a transformar-se em nuvens? Ou as fantásticas nuvens a tornar-se pássaro?»
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Girasol
Desassossego
" Eu tenho uma espécie de dever, de dever de sonhar
de SONHAR SEMPRE,
pois sendo mais do que
uma espectadora de mim mesma,
Eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre
luzes brandas
e músicas invisíveis."
Fernando Pessoa
de SONHAR SEMPRE,
pois sendo mais do que
uma espectadora de mim mesma,
Eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre
luzes brandas
e músicas invisíveis."
Fernando Pessoa
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
"Tender eyes"
Abraço de Matisse
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Pássaro de bico dourado
Um dia de Primavera, apareceu e encostou-se a mim.
Disse-me que um dia bicava-me pela saudade!
Vôou, partiu..
Não voltou...
Disse-me que um dia bicava-me pela saudade!
Vôou, partiu..
Não voltou...
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Fera ferida
A minha alma, coração, corpo, partiu-se
como se fosse um vaso espalhado em cacos .
Agora lentamente reconstroi-se, cola-se, chorando pelo que foi..
como se fosse um vaso espalhado em cacos .
Agora lentamente reconstroi-se, cola-se, chorando pelo que foi..
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