terça-feira, 21 de julho de 2009

«Quis pegar-lhe nas mãos
para lhe dizer como a admiro
por ser tão forte e tão frágil,
mas a multidão à nossa volta
já não nos deixava espaço
sequer para um olhar.»

sábado, 18 de julho de 2009

Iremos juntos sozinhos pela areia
Embalados no dia
Colhendo algas roxas e os corais
Que na praia deixou a maré cheia.

As palavras que disseres e que eu disser
Serão somente as palavras que há nas coisas
Virás comigo desumanamente
Como vêm as ondas com o vento.

O belo dia liso como um linho
Interminável será sem um defeito
Cheio de imagens e conhecimento.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Aquilo que parece ser mas não é,
os compassos de espera
os silêncios, o beijo.
Digo-te adeus mas não digo
despeço-me mas não me despeço...