sexta-feira, 7 de março de 2008


«Corpo, não te lembres de quanto foste amado
Só; nem só dos leitos em que te deitaste;
mas também dos desejos que por ti
brilharam francamente nos olhares,
nas vozes palpitaram e que apenas
um acaso impediu e reduziu a nada.
Agora que ao passado já pertencem todos,
quase é como se tu, a tais desejos,
também te houveras dado - como eles brilharam,
lembra, nos olhos que se demoravam,
e como nas vozes palpitaram, lembra-te, por ti.»

Constantin Cavafy